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#071 Very Irregular Polyhedric Room. Porto

  Esta instalação efémera resultou de um convite lançado pela Casa da Música, visando abrir o edifício a intervenções de designers, arquitectos e artistas que acompanhassem o ciclo de concertos da Orquestra Nacional do Porto ali realizados periodicamente durante o ano de 2007.
  Como intervenção inaugural do ciclo, procurou-se que a instalação estabelecesse um diálogo simultâneo entre o interior e o exterior da Casa, utilizando, para isso, o ponto mais paradoxal, mas também mais visível, para o fazer – a Sala VIP.
  VIP3 – Very Irregular Polyhedric Room – apresentou-se como uma instalação de luz e de som que, mais que “okupar”, pretendeu sobretudo dialogar com aquela sala, desafiando a sua formalidade institucional e delineando subtilmente as suas qualidades espaciais.
  Doze arestas de luz incandescente conferiram um novo limite ao seu vazio poliédrico, remetendo-nos para o volume irregular do próprio edifício que a contém.
  A estrutura de suporte foi concebida em madeira de pinho – idêntica à que reveste o Grande Auditório – e a sua montagem, para além de evocar uma tecnologia “povera”, em contraste com a riqueza ornamental dos azulejos envolventes, autonomizou-se das linhas de composição da sala, excepto nos pontos que pretendia reforçar – as arestas do poliedro irregular (de 152.6 m3).
  A instalação constituiu um pretexto para lançar três conversas públicas sobre as relações entre Cultura e Arquitectura, envolvendo arquitectos, músicos, programadores e sociólogos, mas também uma festa de encerramento, para a qual se convidaram os cidadãos a trazerem as sua próprias interpretações do poliedro da Casa da Música, sob a forma de “maquetes-bolo” comestíveis.
  Como se constata, durante um mês, esta Casa tornou-se num espaço muito irregular.

EQUIPA: Pedra Líquida

FOTOGRAFIA: Fernando Guerra
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